*post publicado em 2007 e republicado com alterações
Será apenas uma utopia ou perfeitamente possível que vivamos, trabalhemos, estudemos e cresçamos em ambientes nos quais todos se ajudam, respeitam as diferentes opiniões, e objetivam realizar o que foi proposto mantendo a harmonia do grupo? Se pararmos para pensar nas disputas acirradas que travamos todos os dias desde a hora que acordamos até a hora que vamos dormir, em qualquer um dos ambientes que vivemos, poderíamos que cooperação é uma utopia.
A disputa é algo extremamente presente no dia-a-dia de um indivíduo. Diariamente presenciamos disputas na família, no trânsito, no relacionamento e no nosso local de trabalho, seja pela atenção do chefe, pelo melhor bônus ou por uma promoção. Essa postura hoje adotada como padrão nos condiciona a sempre vivermos em constante competição. Há aqueles que chegam ao ponto de competir consigo mesmos, processo que se dá naqueles momentos que exigimos a maior perfeição possível em algo que fazemos, independente das adversidades existentes.
Será que isso é realmente necessário? Será que não podemos viver em ambientes harmônicos, que não possibilitem e nem alimentem a prática da cobiça, do egoísmo, do individualismo e unicamente do bem próprio?
E mais: se falamos nos quatro pilares da educação, por que não usarmos esses mesmos quatro pilares no nosso dia-a-dia, um passo além da sala de aula?
Mas antes de tudo, quais são esses quatro pilares? Segundo a síntese da 46ª Conferência Internacional sobre a Educação, da Unesco, "aprender a conhecer", "aprender a fazer", "aprender a ser" e "aprender a viver juntos".
Aprender a conhecer significa assimilar conhecimentos, independentemente de quais sejam, especializando ou direcionando o aprendizado para aqueles mais específicos. É aqui que entram aquelas discussões com colegas de trabalho quando há divergências de opiniões. Se todos praticassem a arde do “saber escutar” e de aprender novas opiniões seríamos especialistas nesse pilar. Difícil? É apenas questão de prática.
Aprender a fazer consiste tanto em adquirir habilidades, quanto competências necessárias no realizar do cotidiano de um indivíduo, inclusive nos trabalhos em equipe. Ou seja, ninguém nasce sabendo tudo. Seu chefe, seu gestor ou aquele colega de trabalho que possui mais habilidade com cálculos ou redação, aprendeu o que sabe com a vida, com a escola, com a família ou com a sociedade. Todos possuem essa capacidade, independente da forma que a adquiram. Cabe a cada um ofertar o que sabe e conseguir agregar novos conhecimentos com os saberes dos demais. Isso é um trabalho em equipe.
Aprender a ser significa desenvolver sua personalidade de acordo com valores e crenças adquiridos, assumindo suas responsabilidades, seus deveres e exigindo seus direitos. Essa também é uma face do trabalho em equipe: quando se assume um compromisso, se dispõe a realizar uma tarefa, aceitando a opinião dos outros de forma construtiva, se deve arcar com a responsabilidade que isso lhe trará, e com os deveres que deve assumir, sabendo que seus direitos também precisam ser respeitados. Muitas vezes sentimos que isso não acontece em nosso ambiente de trabalho. Muitas vezes nos sentimos injustiçados, contrariados e desestimulados quando opinamos ou realizamos uma tarefa que não corresponde ao senso comum. Nem sempre somos reconhecidos pelo que fazemos ou recebemos aquele incentivo que tanto precisamos para continuar. E é aí que pergunto: saber ser não é primordial para uma organização ter sucesso?
Aprender a viver juntos é aprender a viver em sociedade, em grupo, em equipe. É saber compreender as diversidades culturais, as diversas crenças, formas de pensar, gostos e escolhas. É ter tolerância e respeito. É ter consciência que tudo que realizamos, pensamos ou fazemos influenciará de alguma forma o nosso ambiente. É saber que tudo depende de nós, do coletivo, dos indivíduos juntos. Uma organização só funciona se soubermos trabalhar em grupo, decidir pelo bem comum, respeitar a opinião de todos e estimular a vontade de participar. A paciência é o melhor exercício para praticar. Se não a tivermos, não há organização, família, relacionamento e vida pessoal que tenha êxito.
Diante disso pergunto: os quatro pilares da educação nao sao primordiais para uma empresa, equipe e ate para nossa vida?
Pensem nisso.
Um comentário:
:)
Postar um comentário